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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Mitos e verdades sobre o Transtorno do Déficit de Atenção






Ainda que muito tenha se falado sobre o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) as dúvidas são recorrentes.
Para esclarecer as principais perguntas convidamos a psiquiatra Maria Conceição do Rosário, especializada no atendimento de crianças e adolescentes para esclarecer quais os mitos e verdades que certam o tema. Confira: 

Hiperatividade, impulsividade e desatenção são as principais características do TDAH? 

Verdade.  O TDAH é um transtorno neurobiológico que se caracteriza por três grupos de alterações: hiperatividade, impulsividade e desatenção. Porém estes sintomas precisam estar presentes em dois ou mais ambientes (social, afetivo, familiar, escolar e/ou profissional) por um período prolongado. É importante ressaltar que estes sinais não são suficientes para um diagnóstico e apenas um médico especialista pode realizá-lo. 

O TDAH é um transtorno novo? 

Mito. Dados históricos comprovam que o primeiro registro sobre os sintomas do TDAH foi feito pelo pediatra inglês, George Still, em 1900. Ele apresentou casos clínicos de crianças com hiperatividade e outras alterações de comportamento que poderiam ser provocadas por algum transtorno cerebral que na época ainda era desconhecido. 

Apresentar hiperatividade é o mesmo que ter TDAH? 

Mito.  A hiperatividade é apenas um dos sintomas do TDAH. E pode ser encontrada em diversos transtornos psíquicos como transtorno bipolar, autismo e em alguns casos de ansiedade. A hiperatividade também pode ocorrer em doenças físicas como o hipertireoidismo. O quadro também pode ser provocado por alguma situação específica de fundo emocional e ser passageiro. 

O TDAH é hereditário? 

Verdade. Quando diagnosticamos uma pessoa com TDAH, se pesquisarmos na mesma família, encontramos frenquentemente pais ou irmãos com o mesmo problema. 

O TDAH pode estar associado a dificuldades de aprendizagem? 

Verdade. Cerca de 40% dos pacientes com TDAH também apresentam dificuldades de aprendizado. No entanto, outras patologias neurológicas e sistêmicas também podem dificultar o aprendizado. 

O TDAH pode ter origem na vida adulta? 

Mito. As manifestações do TDAH sempre têm origem na infância. Em alguns casos, as pessoas são diagnosticadas apenas na adolescência ou na vida adulta, o que transmite a ideia de que o transtorno teve início neste período da vida. Mas se estes pacientes voltarem ao passado, perceberão que o transtorno lhe causou prejuízos desde a infância na vida social e mais tarde na profissional também. 

Preencher a rotina da criança com atividades ou levá-la para a psicoterapia, por exemplo, bastam para tratar o TDAH? 

Mito.  O tratamento do TDAH deve ser sempre individualizado e multimodal. A idade, a gravidade do quadro e a situação pessoal do paciente (apoio familiar, impacto do transtorno na escola e/ou trabalho, afazeres cotidianos, etc) norteiam o médico no tratamento mais adequado para aquele indivíduo, que pode envolver diferentes especialidades (psicólogo, pedagogo, fonoaudiólogo, etc). Além disso, ter uma rotina organizada também ajuda no tratamento, como agendas e bilhetes que podem auxiliar na realização das atividades cotidianas do portador. 

*Maria Conceição do Rosário, é psiquiatra especializada no atendimento de crianças e adolescentes, professora adjunta do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e professora associada do Child Study Center da Universidade de Yale. Para mais informações sobre a Shire, acesse o site www.shire.com.br ou www.shire.com.

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